Pássaro 30/1000 do desafio dos mil passarinhos de papel

Tudo lá fora parece morto, nem o som de um pássaro se ouve. Se vivem, assim como eu, numa região que está neste momento a esturricar: Coragem! Melhores dias virão.

 Trabalho bem cedo de manhã nas horas frescas, e nas tardes encontro refugio dentro de casa. Olho as oliveiras pela janela e inspira-me a resiliência destas árvores. Centenárias e fortíssimas a aguentarem acima de 40º! As minhas aromáticas rústicas também: as lavandas, sálvias e tomilhos estão cheios de força. Cuido bem delas, mas ainda assim é surpreendente.

 São precisas mais árvores e espaços verdes públicos para combater melhor o calor. Travar a catástrofe dos incêndios o melhor que se consegue: "Cada longa jornada começa com um primeiro passo". Faço o que posso com o que tenho, ainda assim, inquietação. 

Azeitonas já "adolescentes" :)

 Continuo sem pressa de acabar o desafio dos 1000 passarinhos de papel (12/1000), foco-me na qualidade da dobradura e na intenção que nela coloco sem me sentir pressionada em acabar. Este projeto é uma jornada, quero desfrutar do caminho.

 Na última instrução em que vos ensinei a dobrar uma árvore, escrevi no origami a palavra "tolerância" por achar que é algo que se deve cultivar. Conheci no entanto outra perspetiva muito interessante sobre a palavra. Defendeu a minha conhecida que é feio tolerar alguém, como se fosse um frete que se aceita. Ela usou em substituição uma palavra muito mais apropriada de facto, uma que não me recordo mas que lhe irei perguntar quando a voltar a encontrar.

 Como foi florido o mês de Janeiro. Apesar de tudo, ainda existem flores silvestres pelas quais me deixo encantar:

 Desejo-vos boas dobraduras. Que se aventurem no origami, e que o partilhem com outros.

Começo com as cores do Outono o desafio dos 1000 pássaros de origami: 2/1000.

 E por coincidência, hoje que começo este desafio, encontrei na rua onde passei uma raposa em origami! Olhem só que gira! Até me questionei se quem fez esta raposa a aprendeu a fazer através das instruções que deixei aqui no blog. Isso sim, seria uma grandíssima coincidência.

 

 Diz a lenda que quem dobrar 1000 tsurus (grous em português, "crane" em inglês) tem um desejo concedido. Há muitas lendas Japonesas (talvez chinesas e coreanas também) à volta desta ave que supostamente (dizem lendas) pode viver até mil anos, talvez venha dai o número 1000 neste projeto a longo prazo que tantos origamistas fazem.

 O habitual desejo é "paz no mundo", como desejou a menina Sadako Sasaki (procurem a historia dela, vale o esforço; e se quiserem podem ler uma publicação que fiz onde falo dela: aqui) mas nem sou tão ambiciosa no meu desejo (talvez um pouco mais ego-centrada, o que nem sempre é negativo). Ou talvez ainda seja mais ambiciosa agora que penso. Se conseguir paz de espírito plena, mesmo que por uns breves momentos, já ficaria contente. Neste reboliço que é a vida, tenho dificuldade em encontrar paz e contentamento. No fundo, não é o que todos queremos? Penso que sim. Assim me lanço "oficialmente" ao desafio. "Oficialmente" porque já dobrei muitos, mas nunca os contei nem nunca com esta intenção.

Estes não contam como os primeiros. O primeiro será o próximo, por isso hoje é: 0/1000.

Juntem-se a mim neste desafio se acharem a ideia bonita (tenho de fazer uma publicação aqui no blog com as instruções deste origami para que quem não sabe possa aprender)

 Para terminar, quero deixar-vos uma curiosidade que descobri enquanto fazia esta publicação. Parece que esta ave existe (embora débil) em Portugal, no Alentejo. Não deve ser a mesma espécie que existe no Japão (e outras zonas do oriente) mas existe. Deixo um link de um site português caso queiram explorar: aqui.